segunda-feira, 31 de outubro de 2011

verbo dar




dar torna-se um verbo péssimo quando seguido de qualquer coisa que se pareça com agressão... seja ela verbal ou fisíca... outro tipo de agressão que nos habituamos desde cedo( ou que nos habituamos desde que passamos a ter o grilo da consciencia como companhia ) é a chapada de luva branca...ou chapada no próprio grilo... bolas na consciencia!

pois é, dar-como-garantido é outra das formas que não faz bem, quanto menos dermos por garantido menos  levamos chapadas de luva branca.

há coisas como o amor, o emprego, a saúde, o dinheiro e a vida todas essas coisas que nos arrepiam quando pensamos na sua falta... ah coitado (*arrepio*) ficou sem isto ou sem aquilo (*pior seria se fosse eu*)nem quero pensar, penso, não sinto agora, sinto amanhã... as coisas realmente não acontecem só aos outros, os pontos finais foram inventados pelo homem, o mesmo que tem a capacidade de criar e limpar coisas da sua vida, o mesmo que é escolhido para ser rico e ter poder, o mesmo que é escolhido para ser esquecido desaparecido na sujidade e na barba comprida, o mesmo que não só põe pontos finais nas frases que constroi mas também os coloca nas frases da vida dos outros.


é certo que me sinto um pouco idiota em pôr esta imagem, obvia, mas estou sem imaginação para mais.

domingo, 16 de outubro de 2011

Pôr-do-sol na praia (que não é mas podia ser um titulo para uma música pimba)

desde que ganhei o hábito de começar a correr e faço-o dia nim dia sim, no "calsadão" junto à praia e como toda a gente tenho de ter algo que me distraia quer dizer, não tenho propriamente que ter, mas é inevitável reparar nas pessoas que estão sentadas no passadiço de madeira viradas para o mar ou no banco do passeio de costas para o mar...é estranho como acabam por se dividir por grupos e como quase todos eles estão ali pela mesma razão...
estava a correr no meio da praia e vi um homem na ponta do passadiço sentado a olhar para o mar, com ar de meditação ou de pessoa que espera estar a ser observada por outra pessoa do sexo feminino que está sentada da mesma forma uns metros mais à frente... (aposto que se conhecem, quase que dava a ponta da unha do dedo mindinho de como eles até são um casal e nenhum dos dois quer detonar o orgulho e dizer...pronto pronto... vamos lá deixar de ser parvos e perder tempo e fazer as pazes).




Uma coisa muito gira e´que toda a gente diz que adora o mar... adora passear ao fim da tarde junto ao rebentamento da onda... é tudo muito bonito, poético e em tons de gradiente de por-do-sol ....ora rosa-azul-amarelo-alaranjado( não necessariamente por esta ordem)... a verdade é que as pessoas na generalidade passam muito pouco tempo a respirar o ar do mar e a apreciar a paisagem.

Já os de cá de cima, os de costas para o mar, são mais que as mães também... aos casais, sempre, sempre a discutir problemas do foro matrimonial como se estivessem na armonia do lar que um dia sonham ter.Eu quase que jurava que aquele encontro junto à praia começa com um esseémeésse "temos de falar, vou ter contigo à paragem do metro"... depois é todo um desenrolar de assuntos entre o "eu sei que não a esqueceste" e o "porque é que és assim comigo..."
 é de mim ou são clássicos, não são?
 eu  tento não olhar e quando olho sem querer por vezes sinto medo de ser engolida pelos olhares de fêmeas ferozes  e ficar envolvida na discussão"tavas a olhar pa ela? gostas é?"

tudo isto para dizer que aquela coisa que dá na tv é o dia a dia de muita desta gente, relações que são ralações, pessoas que não sabem viver sem problemas, porque é tudo muito aborrecido sem problemas e sem passar o dia a tentar moldar uma pessoa à sua imagem e semelhança" o meu homem é o meu homem,se ele me faz uma dessas mato-o"(isto dito com aquele sotaque que sabemos)

depois também há os que vão só correr ao fim da tarde... porque tem uma vida stressada e precisam de saúde mental para aturar as frustrações dos outros :)


(de todas as imagens que procurei, esta imagem pareceu-me ser a mais indicada, porque além do pôr-do-sol na praia, tem ainda um princepe a cavalo, o que dá mais ênfase à coisa.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

esta tinha eu 23 quando a compramos...

texto que podia ter como título o mesmo título da entrevista  deste senhor, que podem ler no link, mas sinceramente prefiro guardalo com carinho para um outro texto futuro

"IF YOU WANT TO LIVE A LONG TIME, LOVE AND BE LOVED"

moreintelligentlife.com/story/bright-old-things

agora que tenho uma certa idade( isto já começa quase como o "era uma vez " dos meus textos), idade parva que não dá para perceber se já se é suficientemente maturo para que as decisões tomadas possam ser tomadas como certas, definitivas ou assim... a verdade é que a nossa opinião já conta, já não precisamos de berrar os nossos bitaites para que os outros os ouçam com ouvidos de ouvir e digam, "porra não é que a miuda até tem razão?!?", mas isto já sou eu a divagar por outros caminhos.
 O que eu estava mesmo a falar era da certa idade em que desejamos e podemos uma imensidão de coisas que não passavam de sonhos do maravilhoso e não tão longiquo assim "quando for grande"... trata-se de bens adquiridos, materiais ou não... mas neste caso sim, bens materiais...




é certo que estamos em crise, que as pessoas vendem tudo, até os palpites, chiclets mastigadas de pseudo-famosos, curas duvidosas para doenças derivadas da crise... negócio atrás de negócio, olx, atrás de leilões.net atrás de custojusto e de miaus... mas eu não sei se é de mim, se é coisa genética, se são "manias de artista" ou coisas de criançada... sempre tive um apego inexplicável pelas minhas coisas, nunca gostei muito de que me emprestassem, de vender, de deitar fora ou despachar coisas minhas. Agrava-se agora pelo facto de ser eu a comprar as minhas próprias coisas... não me imagino a largar nada daquilo que adquiri com o meu esforço, tudo parece ter um significado especial em centriplicado...
A nossa mais recente "mania" se é que se pode chamar mania e se é que se pode chamar recente são as antiguidades vou chamar-lhe sindrome de Portobello market, as máquinas fotográficas (em especial a canon A1 que vimos fugir dos nossos olhos) os carros, os objectos e agora as bicicletas... e sempre que vejo ou compramos alguma dessas coisas seja nova ou velha ocorre-me o sentimento de não querer largar mais...em simultâneo a pergunta... como é que esta pessoa consegue desfazer-se disto? porquê? não tem pena? não tem coração? conteúdo? história de vida?
Não me vejo a fazer parte do "à muitos anos tive uma destas...que engraçado", engraçado nada, é horrível a capacidade que o ser humano tem de se desfazer de coisas magnificas recheadas de histórias e por outro lado, fantástico para nós, que as queremos sempre adquirir por preços de chuva.



(o sr da foto não-me é ninguém, mas pareceu-me uma daquelas pessoas que ainda tem tudo guardado numa escrivaninha de madeira velha daquelas que os casulos das borboletas da traça adoram pernoitar debaixo do tampo)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

a complexidade das células do nosso cérebro e os fasciculos do planeta dagostini que nunca vi



muita gente diz que sofre de ansiedade," ai, sempre que tenho de fazer isto fico ansiosa... ai , estou tão ansiosa por amanhã que nem vou dormir de noite"talvez por isso esta doença dos tempos modernos seja desvalorizada, talvez por isso 60 senão 95% dos médicos resolva a coisa com doses infindáveis de levitans e victans... ponha um de baixo da lingua sempre que se sentir aflita... aflitivo é pensar que temos insónias e arritmias por pensar que não nos vamos conseguir levantar no dia seguinte, não conseguirmos estar sossegados em público, passear num shopping, falar, conviver, como tantas outras pessoas "normais". Na sexta conheci o doutor, ganhei coragem e cheguei ao meu limite, não estou mais para passar por isso "mas afinal sou uma mulher ou um rato" pois é, sou um rato mas que com ajuda consigo chegar a ser uma ratazana nojenta :B... e o mal é pensarmos que não precisamos de ajuda
Nas suas palavras sábias de vários anos a debitar o mesmo senti-me quase como a viajar por um daqueles fasciculos do "corpo humano", não me lembro de um único, mísero nome técnico daquelas anomalias quimicas e  daquelas células do meu cérebro que se misturam e se produzem em excesso ou então que devem ser gastas e não o são... só sei que nunca antes me tentaram explicar fosse o que fosse do meu problema"sabe, agora toda a gente tem isto, e você esta´em sofrimento"ora eram boas atrás de boas constactações... mas desta vez fez se uma luz pequena que fosse ao fundo do tunel, comecei a perceber que tenho um problema, que tenho uma razão para esse problema e que todos os outros problemas que se iam acrescentando à minha vida(sintomas e mais sintomas estranhos) faziam parte do mesmo. Estou em inicio de tratamento e já me sinto capaz de fazer todas as outras coisas que julguei não ser capaz tão cedo... e ganhei um doctor que me diz coisas que qualquer adolescente gostaria de ouvir... "tens de conviver""tens de sair, passear mais , ir ao ginásio andar muito a pé e ir às discotecas!" (logo eu )






ps quando vos disserem para terem calma... esqueçam, não adianta nada, o melhor mesmo é pensarem no problema que é um problema do cérebro e que nada mais vos vai acontecer.