terça-feira, 11 de outubro de 2011

esta tinha eu 23 quando a compramos...

texto que podia ter como título o mesmo título da entrevista  deste senhor, que podem ler no link, mas sinceramente prefiro guardalo com carinho para um outro texto futuro

"IF YOU WANT TO LIVE A LONG TIME, LOVE AND BE LOVED"

moreintelligentlife.com/story/bright-old-things

agora que tenho uma certa idade( isto já começa quase como o "era uma vez " dos meus textos), idade parva que não dá para perceber se já se é suficientemente maturo para que as decisões tomadas possam ser tomadas como certas, definitivas ou assim... a verdade é que a nossa opinião já conta, já não precisamos de berrar os nossos bitaites para que os outros os ouçam com ouvidos de ouvir e digam, "porra não é que a miuda até tem razão?!?", mas isto já sou eu a divagar por outros caminhos.
 O que eu estava mesmo a falar era da certa idade em que desejamos e podemos uma imensidão de coisas que não passavam de sonhos do maravilhoso e não tão longiquo assim "quando for grande"... trata-se de bens adquiridos, materiais ou não... mas neste caso sim, bens materiais...




é certo que estamos em crise, que as pessoas vendem tudo, até os palpites, chiclets mastigadas de pseudo-famosos, curas duvidosas para doenças derivadas da crise... negócio atrás de negócio, olx, atrás de leilões.net atrás de custojusto e de miaus... mas eu não sei se é de mim, se é coisa genética, se são "manias de artista" ou coisas de criançada... sempre tive um apego inexplicável pelas minhas coisas, nunca gostei muito de que me emprestassem, de vender, de deitar fora ou despachar coisas minhas. Agrava-se agora pelo facto de ser eu a comprar as minhas próprias coisas... não me imagino a largar nada daquilo que adquiri com o meu esforço, tudo parece ter um significado especial em centriplicado...
A nossa mais recente "mania" se é que se pode chamar mania e se é que se pode chamar recente são as antiguidades vou chamar-lhe sindrome de Portobello market, as máquinas fotográficas (em especial a canon A1 que vimos fugir dos nossos olhos) os carros, os objectos e agora as bicicletas... e sempre que vejo ou compramos alguma dessas coisas seja nova ou velha ocorre-me o sentimento de não querer largar mais...em simultâneo a pergunta... como é que esta pessoa consegue desfazer-se disto? porquê? não tem pena? não tem coração? conteúdo? história de vida?
Não me vejo a fazer parte do "à muitos anos tive uma destas...que engraçado", engraçado nada, é horrível a capacidade que o ser humano tem de se desfazer de coisas magnificas recheadas de histórias e por outro lado, fantástico para nós, que as queremos sempre adquirir por preços de chuva.



(o sr da foto não-me é ninguém, mas pareceu-me uma daquelas pessoas que ainda tem tudo guardado numa escrivaninha de madeira velha daquelas que os casulos das borboletas da traça adoram pernoitar debaixo do tampo)